sábado, 31 de dezembro de 2011

Retroperspectivas

Foto0169








Por: Guilherme Ribeiro

Outro ano que passa e nem sentimos
mas mentimos novas promessas pro que ainda vai nascer
Na virada faço votos tão utópicos,
e preencho os tópicos pra tentar realizar,
outro ano em que se eu fosse o mundo acabaria,
como acaba e recomeça várias vezes no meu dia,
Outro ano, e as pessoas estão muito iguais
para tentar fazê-lo diferente,
Então vivamos, e vejamos até onde vamos,
talvez em dezembro exploda tudo,
isso se a humanidade (ou a falta dela) não explodir tudo antes,
Mas ainda sim tenho a esperança de um ano bom,
Tão bom que mereça ser chamado de novo.
Mas lembre-se: velhas pessoas não fazem um ano novo,
Então despeça-se do seu Eu velho e tenha um feliz ano novo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

(N)um3ros

Por: Guilherme Ribeiro

Nem todo 10 é Pelé.
Nem todo 1 é sozinho.
Nem todo 3 é plural.
Nem todo 2 é carinho.
Nem todo 1000 é 1000 mesmo.
Nem todo 3 é demais.
Nem todo 7 é perfeito.
Nem todo 1 é igual paz.
Nem todo 8 é infinito,
mesmo que esteja deitado.
Nem todo 0 é vazio.
Nem todo 1 é bem pago.

domingo, 11 de setembro de 2011

Deus, Crianças e lágrimas


Por: Guilherme Ribeiro

Somos tão altivos, compulsivos,
A ponto de duvidar da existência de divindades.
Não sabemos entender quando o não é melhor que o sim,
Quando o fim é melhor.
Somos crianças brincando de gente grande,
Só que com contas na estante pra pagar,
Somos como crianças que se vestem com as roupas dos pais para parecerem sérias
Que passam batom nos lábios para parecer velhas e insensíveis,
Maquiamos a realidade com frases,
Como se ela fosse uma fase, que uma hora vai passar,
Chamamos nossas perdas de mudanças, nossos medos de segurança,
E saímos da vida sem deixar nenhuma lembrança.
Mas as crianças não, elas são tão puras a ponto de chorar,
A ponto de acreditar na mais completa fantasia,
Por isso elas são tão melhores que nós.
Sou defensor fanático da teoria que acabei de criar:
A medida que perdemos a inocência nosso corpo deixa de produzir lágrimas
e começa a produzir mentiras.
Algumas nós guardamos para nós e vivemos sobre ela, como alguns choros engolidos,
e outras nós colocamos pra fora, como as lágrimas que choramos, e essas mentiras
produzem lágrimas, só que em outras pessoas.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Para proteger e servir. HUAHUAHUA


Texto Retirado do blog Duelo de MC's

Por: Familia de rua

Resistir Sempre

Equipada de despreparo e autoritarismo, na companhia do Juizado da Infância e da Juventude e da TV Record, a Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) protagonizou cenas lamentáveis na noite da última sexta-feira durante o “Duelo de MCs”.

Sob o argumento de uma “operação policial que visava prevenir e coibir o consumo e o tráfico de drogas no local”, a instituição que responde pela segurança pública do estado, sem comunicar previamente o coletivo Família de Rua (FDR), chegou ao viaduto Santa Tereza por volta das 22h40 dando ordens para que o Duelo fosse interrompido e solicitando que o som fosse desligado imediatamente para que a “operação” acontecesse.

Questionado da situação e da postura assumida pela polícia naquele momento, o Tenente Albuquerque (comandante da ação) evitou o diálogo, dirigiu-se aos integrantes da FDR de forma bastante arrogante e ainda ameaçou usar a força caso não fosse atendido.

Ciente dos seus direitos e munida do alvará de funcionamento, a Família de Rua assumiu a responsabilidade e reiniciou o “Duelo de MCs”. Durante a atuação da PM centenas de pessoas foram revistadas e algumas detidas, incluindo menores de idade que portavam drogas e bebidas alcoólicas. Tudo foi registrado por profissionais da TV Record, que em nenhum momento demonstraram interesse em mostrar as manifestações artísticas que aconteciam no palco ao lado.

Ao final da noite, numa demonstração desnecessária de autoridade e poder, Albuquerque e sua equipe, após não deixarem que dezenas de pessoas saíssem dos arredores do viaduto por cerca de 40 minutos, submeteram os integrantes do coletivo Família de Rua a uma revista minuciosa. Mais uma vez, o abuso de autoridade e a falta de diálogo, presentes em frases como: “eu quero os quatro de pé na minha frente agora”, “eu estou mandando, de pé aqui embaixo agora”, marcaram os acontecimentos.

Contextualizando

No último dia 24 de agosto o “Duelo de MCs” completou quatro anos de atividades em Belo Horizonte. Como já é do conhecimento de muitos, desde o início, entendendo a necessidade de estabelecer parcerias que contribuam com o trabalho realizado debaixo do viaduto Santa Tereza, o coletivo Família de Rua propõe o diálogo com as diversas instituições envolvidas no processo, o que inclui, por exemplo, a Prefeitura de Belo Horizonte e a PM-MG.

De fato, o crescimento do público e da visibilidade do “Duelo de MCs” pressupõe uma atuação mais efetiva no que diz respeito a garantir a estrutura necessária para a realização do encontro e a segurança pública no espaço. Os diálogos avançaram e continuam avançando em algumas instâncias, mas permanecem inertes em outras.

Como já informamos em outras ocasiões, por diversas vezes procuramos a Polícia Militar buscando prevenir e resolver os problemas, sobretudo o uso e tráfico de drogas no “Duelo de MCs”. Reuniões foram realizadas, acordos estabelecidos, mas, de fato, nada foi cumprido. Sem apresentar nenhum estudo concreto acerca da situação, a polícia simplesmente não atua preventivamente no “Duelo de MCs” alegando falta de contingente.

Resistência

A atuação despreparada da PM, dos órgãos de proteção à criança e ao adolescente e da mídia sensacionalista na noite da última sexta-feira reforça ainda mais o posicionamento da FDR diante deste tipo de situação. Não vamos ficar de braços cruzados. Se até então lutamos e resistimos por acreditar nos ideais e princípios da cultura Hip Hop e na legitimidade da nossa atuação, o faremos com mais afinco.

O diálogo com o poder público, em suas diferentes instâncias, continua. E, querendo algumas pessoas e instituições, ou não, contando com a colaboração dos mais diferentes atores – público, grupos e coletivos culturais, artistas, instituições públicas etc. – trabalharemos para solucionar os problemas, superar os obstáculos e manter o “Duelo de MCs” acontecendo a todo vapor.

Vida longa à cultura de Rua!

Atenciosamente,

Família de Rua.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Oito deitado e outros clichês


Por: Guilherme Ribeiro

Nada além da vida é eterno,
nem o mais terno dos sentimentos
Tudo tem prazo de validade,
o corpo, os risos, a Terra.
Mas as promessas são eternas, pois nunca se cumprem.
Uma vez que escutar pra sempre, não esquenta,
daqui a pouco passa,
e nunca não significa bem o que o nome fala.
Aprendi que o nunca sempre se converte em até mais,
Mas o sempre nunca termina bem.
É sempre assim, acho que nunca vou aprender.

domingo, 28 de agosto de 2011

Vicios dos sãos


Por: Guilherme Ribeiro

Tenho que resolver meus problemas internos,
meus eternos problemas incertos
e certos para meus conselheiros,
realmente é verdade que Todo mundo é capaz de dominar uma dor,
exceto quem a sente, eu sinto,
mas se perguntam eu minto,
todos fazem isso, mas será que é certo?
Tanta coisa errada é feita,
tanta coisa certa é feia,
qual a medida do certo e do errado?
acho que a vontade.
A vontade de vencer justifica o sofrimento
a vontade de morrer justifica o sangramento
Mas bato na mesma tecla sempre.
Insisto em desistir e perco a chance de tentar vencer
e ganho novos problemas eternos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pra quem nem sabe ler


Por: Guilherme Ribeiro


Quatro anos passam rápido como seu interesse pelos brinquedos novos,
Como sua idéia de passar a noite acordado pra brincar,
Ontem era tão pequeno, ainda é,
Mas é grande o bastante pra ocupar todos os meus pensamentos,
Lembro-me de quando nem falava,
E de como a sua primeira palavra fez todas as minhas desaparecerem,
O pior é que isso sempre acontece,
Suas risadas são puras, por enquanto,
E eu tento fazê-las corservarem a pureza pra sempre em vão,
Pois sei que um dia elas se vão, como seus 4 anos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Na preguiça de pensar em títulos


Por: Guilherme Ribeiro

Move-se o mundo tudo vai e nada volta
tudo que tenho a minha volta não é meu
movem-se todos e permaneço aqui parado
assistindo atordoado ao fim, o meu
manuais de sobrevivência não ensinam a amar
mas aprender sobre amor sem amor é possível?
talvez seja já que tenho vivido tanto tempo sem amar,
vivido não, sobrevivido, não acredito que a vida seja essa,
então eu tenho simplesmente existido como qualquer objeto inanimado?
também não talvez oscile entre a vida e a existência
sei lá me falta paciência para definir,
me falta interesse de corrigir
me faltam sorrisos pra sorrir
e me falta coragem pra sumir.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Ideias (ou a falta delas)


Por: Guilherme Ribeiro

Ideias valem mais quando viram ações,
mas ações não valem nada se um dia não foram ideias.
Ideias valem mai$ quando viram canções,
mas canções não valem nada se não há quem cante.
Ideias são como os criminosos do passado,
só ganham notoriedade quando executadas
com as forcas do velho oeste ou em um parto natural que sofro a cada verso.
Se recebesse per verso não acharia o mundo tão perverso com os poetas
e com suas ideias, amados filhos bastardos nossos,
odiosas verdades do dia-a-dia
que nem falaria se não fosse em linhas de palavras irmãs
Ou em amontoados de frases pagãs, perdidas.
Ainda espero a ideia ideal, mas ela nunca vem
ou quando aparece ela parece tão óbvia que penso
que qualquer idiota como eu pensaria nela e a deixo ir.
Me acho bom demais pra ser gênio.
Tem ideia do tamanho dessa burrice?

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Anostalgia



Por: Guilherme Ribeiro

Estou de passagem no lugar de onde não devia ter saido,
é o mesmo lugar, mas irreconhecivelmente diferente,
as ruas não tem crianças
só medo e adultos que em segredo saem, antes o maior risco que eu corria era minha mãe me apanhar aprontando,
hoje morro de medo por ela e me apronto correndo pra apanhá-la.
Olho meu novo eu no velho espelho,
tanto eu quanto ele temos um momento de incerteza,
nem decepção, nem orgulho.
Estranheza.
É... Estou no mesmo lugar de antes,
e me sinto diferente,
igual como era antes,
mas por alguns instantes me conecto com o passado,
é como se eu reatasse algo que alguém tinha quebrado.
Minha vida.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Palavras


Por: Guilherme Ribeiro

Benditas sejam ó palavras,

de delírios de poetas,
de meninos, de profetas
sempre traídos por elas nós somos.
Elas que sempre brincam comigo quando penso brincar com elas

que me prendem em celas de imaginar
entre linhas de cadernos e pausas pra respirar
Eu sempre tento domá-las
e enfileirá-las no papel,

tento usá-las como ingressos de entrada para o céu

Passando-me por
menestrel,
fingindo.

Palavras,
tão belas quanto as bocas que falam,
covardes como os homens que calam
por seus ideais não passarem de palavras.

Tento
ingênuamente mudá-las para esconder o que sinto
mas não minto pois palavras são só espelhos,

e não sou esperto o bastante para não olhá-las
,
palavras.

domingo, 24 de julho de 2011

Só eu.


Por: Guilherme Ribeiro

Ratos brincam como cães,
homens catam lixo como pães,
vivem vida sem sentido inseguros como mães.
Como não acreditar em vida fora da Terra?
Só dentro de mim existem tantos mundos,
tantos fundos do mesmo poço, eu.
Não é meu eu corajoso que corre,
Nem meu eu indeciso que escolhe,
Não é minha parte feliz que ri quando você escolhe sofrer,
não é minha metade sensata que implora,
ou minha metade orgulhosa que chora ao te ter,
não é meu olhar tímido que te avista,
nem minha cabeça teimosa que cisma em te ter.
Sou só eu.

Ela me trouxe


Por: Guilherme Ribeiro

Seus olhos tão bonitos cor de amêndoa,
Como quem doa seu tempo pra mim
Tão necessitado de amor com amizade
tão necessitado de mentiras de verdade,
É tão pequena como minha compreensão,
como minha necessidade de doar meu coração,
Mas é maior que minhas forças, que meus olhos arregalados,
tão maior que o meu sono, e meus medos disfarçados
em paixões, em canções
em descansos eternos para a alma dos cães que vagaram na Terra e falaram comigo,
como um amigo que a vida deixou
em algum passado que o tempo guardou
e eu queria voltar mas não posso,
em alguns momentos que guardei em destroços dentro de mim,
mas passou.
É isso...

PS: Em "
em descansos eternos para a alma dos cães que vagaram na Terra e falaram comigo" é só sentido figurado, os cães são pessoas não valorizadas na Terra.

sábado, 16 de julho de 2011

Interrogações eternas



Por: Guilherme Ribeiro

Se o pobre pensasse, se o rico penasse?
se eu escutasse minha mãe quando mandou que eu estudasse
mas ainda tá em tempo, mas por quanto tempo?
E se o povo pensasse primeiro
e não trocasse o voto de outubro por tijolo e cimento que a chuva leva em janeiro
se a juventude reivindicasse o que tem direito
se não perdessem tempo com o que é errado
se se exercitassem mais que com halteres
não pegariam mais gostosas,
e conquistariam mais mulheres
me ensinam a preservar a natureza reciclando o usado
mas meu precioso tempo continua desperdiçado
24 horas por dia, porque?
porque eu trampo e o tempo que eu tenho
eu durmo,
porque eu sumo, e o tempo que me sobra eu gasto,
com a TV que exerce um remoto controle sobre mim
e me mata... de tédio e ignorância.
e só

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Perguntas que valem um doce.




Por: Guilherme Ribeiro

Porque não ensinam amar na escola?
não aquele amor de gemidos falsos na TV,
que crianças nunca vêem, ao menos não deveriam ver
se algo é impróprio pra alguém de coração puro
porque irá se tornar bom no futuro?
Porque não existe um curso sobre amor?
Não aquele tão caro que nem todos podem ter,
não aquele maléfico que só nos faz sofrer,
nem aquele complicado que ninguém vai aprender,
mas aquele tão simples que nos basta morrer
pra nos mesmos e viver só pro outro,
acho que descobri, não ensinam por que é coisa de louco
e o que é a loucura, senão nossas vontades,
só que multiplicadas por um número infinito
e que mostradas de um modo não reprimido
então será que vale ser um louco sabendo a verdade?
que nenhuma pessoa é sã na sociedade?
espero chegar a uma conclusão não muito tarde
e conseguir um amor dando em troca minha sanidade.
e só

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Monólogos dialogados



Por: Guilherme Ribeiro

Diálogos infindados de assuntos infundados,
tentando resgatar meus talentos afundados
na melancolia da minh'alma,
que calma mente a si mesmo sem que eu creia.
Converso comigo mesmo calado,
mas sou tão duro comigo mesmo, CALADO!
as vezes perco a serenidade que me distingue
e juntamente perco a felicidade que me atinge, as vezes
Recebo uma declaração e a credito a você
mas me machuca pois já não acredito em você,
guardo as palavras onde a mente não consegue mexer
não na cabeça pois assim eu finjo esquecer,
a mente fala a verdade, mas o coração mente
mas as mentiras são doces e sempre mais convincentes
nelas me afogo, me deleito e me deparo,
com meu leito eterno, lá me deito e paro
a mente para, o coração não serve pra nada
se para o peito eu troco por um de outro cara
e continuo vivendo ou adiando minha morte
e odiando ser fraco e finjindo ser forte.
e só!