domingo, 11 de setembro de 2011

Deus, Crianças e lágrimas


Por: Guilherme Ribeiro

Somos tão altivos, compulsivos,
A ponto de duvidar da existência de divindades.
Não sabemos entender quando o não é melhor que o sim,
Quando o fim é melhor.
Somos crianças brincando de gente grande,
Só que com contas na estante pra pagar,
Somos como crianças que se vestem com as roupas dos pais para parecerem sérias
Que passam batom nos lábios para parecer velhas e insensíveis,
Maquiamos a realidade com frases,
Como se ela fosse uma fase, que uma hora vai passar,
Chamamos nossas perdas de mudanças, nossos medos de segurança,
E saímos da vida sem deixar nenhuma lembrança.
Mas as crianças não, elas são tão puras a ponto de chorar,
A ponto de acreditar na mais completa fantasia,
Por isso elas são tão melhores que nós.
Sou defensor fanático da teoria que acabei de criar:
A medida que perdemos a inocência nosso corpo deixa de produzir lágrimas
e começa a produzir mentiras.
Algumas nós guardamos para nós e vivemos sobre ela, como alguns choros engolidos,
e outras nós colocamos pra fora, como as lágrimas que choramos, e essas mentiras
produzem lágrimas, só que em outras pessoas.

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