sexta-feira, 29 de julho de 2011

Anostalgia



Por: Guilherme Ribeiro

Estou de passagem no lugar de onde não devia ter saido,
é o mesmo lugar, mas irreconhecivelmente diferente,
as ruas não tem crianças
só medo e adultos que em segredo saem, antes o maior risco que eu corria era minha mãe me apanhar aprontando,
hoje morro de medo por ela e me apronto correndo pra apanhá-la.
Olho meu novo eu no velho espelho,
tanto eu quanto ele temos um momento de incerteza,
nem decepção, nem orgulho.
Estranheza.
É... Estou no mesmo lugar de antes,
e me sinto diferente,
igual como era antes,
mas por alguns instantes me conecto com o passado,
é como se eu reatasse algo que alguém tinha quebrado.
Minha vida.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Palavras


Por: Guilherme Ribeiro

Benditas sejam ó palavras,

de delírios de poetas,
de meninos, de profetas
sempre traídos por elas nós somos.
Elas que sempre brincam comigo quando penso brincar com elas

que me prendem em celas de imaginar
entre linhas de cadernos e pausas pra respirar
Eu sempre tento domá-las
e enfileirá-las no papel,

tento usá-las como ingressos de entrada para o céu

Passando-me por
menestrel,
fingindo.

Palavras,
tão belas quanto as bocas que falam,
covardes como os homens que calam
por seus ideais não passarem de palavras.

Tento
ingênuamente mudá-las para esconder o que sinto
mas não minto pois palavras são só espelhos,

e não sou esperto o bastante para não olhá-las
,
palavras.

domingo, 24 de julho de 2011

Só eu.


Por: Guilherme Ribeiro

Ratos brincam como cães,
homens catam lixo como pães,
vivem vida sem sentido inseguros como mães.
Como não acreditar em vida fora da Terra?
Só dentro de mim existem tantos mundos,
tantos fundos do mesmo poço, eu.
Não é meu eu corajoso que corre,
Nem meu eu indeciso que escolhe,
Não é minha parte feliz que ri quando você escolhe sofrer,
não é minha metade sensata que implora,
ou minha metade orgulhosa que chora ao te ter,
não é meu olhar tímido que te avista,
nem minha cabeça teimosa que cisma em te ter.
Sou só eu.

Ela me trouxe


Por: Guilherme Ribeiro

Seus olhos tão bonitos cor de amêndoa,
Como quem doa seu tempo pra mim
Tão necessitado de amor com amizade
tão necessitado de mentiras de verdade,
É tão pequena como minha compreensão,
como minha necessidade de doar meu coração,
Mas é maior que minhas forças, que meus olhos arregalados,
tão maior que o meu sono, e meus medos disfarçados
em paixões, em canções
em descansos eternos para a alma dos cães que vagaram na Terra e falaram comigo,
como um amigo que a vida deixou
em algum passado que o tempo guardou
e eu queria voltar mas não posso,
em alguns momentos que guardei em destroços dentro de mim,
mas passou.
É isso...

PS: Em "
em descansos eternos para a alma dos cães que vagaram na Terra e falaram comigo" é só sentido figurado, os cães são pessoas não valorizadas na Terra.

sábado, 16 de julho de 2011

Interrogações eternas



Por: Guilherme Ribeiro

Se o pobre pensasse, se o rico penasse?
se eu escutasse minha mãe quando mandou que eu estudasse
mas ainda tá em tempo, mas por quanto tempo?
E se o povo pensasse primeiro
e não trocasse o voto de outubro por tijolo e cimento que a chuva leva em janeiro
se a juventude reivindicasse o que tem direito
se não perdessem tempo com o que é errado
se se exercitassem mais que com halteres
não pegariam mais gostosas,
e conquistariam mais mulheres
me ensinam a preservar a natureza reciclando o usado
mas meu precioso tempo continua desperdiçado
24 horas por dia, porque?
porque eu trampo e o tempo que eu tenho
eu durmo,
porque eu sumo, e o tempo que me sobra eu gasto,
com a TV que exerce um remoto controle sobre mim
e me mata... de tédio e ignorância.
e só

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Perguntas que valem um doce.




Por: Guilherme Ribeiro

Porque não ensinam amar na escola?
não aquele amor de gemidos falsos na TV,
que crianças nunca vêem, ao menos não deveriam ver
se algo é impróprio pra alguém de coração puro
porque irá se tornar bom no futuro?
Porque não existe um curso sobre amor?
Não aquele tão caro que nem todos podem ter,
não aquele maléfico que só nos faz sofrer,
nem aquele complicado que ninguém vai aprender,
mas aquele tão simples que nos basta morrer
pra nos mesmos e viver só pro outro,
acho que descobri, não ensinam por que é coisa de louco
e o que é a loucura, senão nossas vontades,
só que multiplicadas por um número infinito
e que mostradas de um modo não reprimido
então será que vale ser um louco sabendo a verdade?
que nenhuma pessoa é sã na sociedade?
espero chegar a uma conclusão não muito tarde
e conseguir um amor dando em troca minha sanidade.
e só

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Monólogos dialogados



Por: Guilherme Ribeiro

Diálogos infindados de assuntos infundados,
tentando resgatar meus talentos afundados
na melancolia da minh'alma,
que calma mente a si mesmo sem que eu creia.
Converso comigo mesmo calado,
mas sou tão duro comigo mesmo, CALADO!
as vezes perco a serenidade que me distingue
e juntamente perco a felicidade que me atinge, as vezes
Recebo uma declaração e a credito a você
mas me machuca pois já não acredito em você,
guardo as palavras onde a mente não consegue mexer
não na cabeça pois assim eu finjo esquecer,
a mente fala a verdade, mas o coração mente
mas as mentiras são doces e sempre mais convincentes
nelas me afogo, me deleito e me deparo,
com meu leito eterno, lá me deito e paro
a mente para, o coração não serve pra nada
se para o peito eu troco por um de outro cara
e continuo vivendo ou adiando minha morte
e odiando ser fraco e finjindo ser forte.
e só!