terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O Patri(di)ota

Por: Guilherme Ribeiro

2014 sobrevivemos a alguns fins de mundo,
o ano é novo, mas o pensamento é o velho e imundo.
Fui pra rua, gritei que o gigante tinha acordado,
acordei rouco no outro dia e vi que tinha me enganado.
Nossos políticos assistem e dão risada da janela,
pois o que pára o Brasil é só o final da novela.
O beijo gay não me incomoda, e porque incomodaria?
O que incomoda é o governo me estuprando todo dia.
Não dão estudo, para não perder a massa de manobra, 
pois quem tem um bom trabalho não precisa de bolsa-esmola,
quem pensar só uma vez não será mais manipulado,
e isso é muito perigoso para a ordem do estado.
Não sou esquerda, nem direita, minha pátria não deixa eu ser nada
poderia ser ambidestro se não tivesse a mão atada,
não posso xingar no Twitter, me organizar no Facebook,
me querem ouvindo ostentação, mas nada contra quem curte,
Só acho que quem se mata por um mínimo suado,
não deveria ser chacota dizendo ter um Camaro.
Porque agora não podemos protestar durante a copa?
Pois no Brasil é proibido deixar de ser idiota.
Talvez sejamos hexa com o Maracanã lotado,
mas seria bem mais bonito sem o povo rebaixado.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

In GOD I trust


Por: Guilherme Ribeiro

São muitos gigantes, e minhas pedras nas mãos não adiantam nada,
nos vales de ossos secos otimismo é uma piada.
E se tudo der em nada? Tanta luta adiantaria?
Até porque nem Daniel encarou um leão por dia.
Pensamentos viram armadilhas, nem vale a pena escutar,
"Cadê este Deus presente que nunca vem me ajudar?
Acho que Deus é uma utopia para iludir humanos,
deixa eles confortáveis e sujeitos a enganos".
Mas falar que Deus não existe é fácil, até eu falaria,
quero ver você provar igual eu provo Dele todo dia,
em cada beijo da minha preta que me dá esperança no amor,
em cada trampo que dá certo e compensa cada dor,
Em cada dia que eu deito e levanto no outro dia,
Acreditar é uma escolha e porque eu não escolheria?

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Procura-se


Por: Guilherme Ribeiro


Algumas pessoas me deixam sem eu deixar,
Partem sem deixar um pedaço pra mim
E dói, mas passa como o remédio que passo e arde Prometendo parar de doer,
ou a dor de crescer que me estica
Com a promessa de me fazer ser adulto e a dor disso tudo parar.
Alguns somem e eu nem procuro e nisso eu sou sortudo
Pela arte de não me apegar,
Outras surgem, como a flor em meio a terra,
Como a paz em meio a guerra que surge e vai passar,
Mas é tão bom o tempo delas que oro para que elas permaneçam em seu lugar.
Pessoas são como a gente, gente embora frequentemente a gente finja não ligar,
Mas ligo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Virtudes Virtuais

Por: Guilherme Ribeiro

Meus amigos não tem rosto
Minha vida não tem gosto
Parado em frente a tela
como vela eu me definho.
Sozinho...
Em 1/4 ficamos 1/2 idiota
a janela ninguem nota,
só o windows,
Minhas virtudes são várias,
virtuais,
Minha vida? Obsoleta, nem uso mais.
O meu tempo? É só trial, não compro mais
E eu sentado, interessado no que o outro faz.

sábado, 31 de dezembro de 2011

Retroperspectivas

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Por: Guilherme Ribeiro

Outro ano que passa e nem sentimos
mas mentimos novas promessas pro que ainda vai nascer
Na virada faço votos tão utópicos,
e preencho os tópicos pra tentar realizar,
outro ano em que se eu fosse o mundo acabaria,
como acaba e recomeça várias vezes no meu dia,
Outro ano, e as pessoas estão muito iguais
para tentar fazê-lo diferente,
Então vivamos, e vejamos até onde vamos,
talvez em dezembro exploda tudo,
isso se a humanidade (ou a falta dela) não explodir tudo antes,
Mas ainda sim tenho a esperança de um ano bom,
Tão bom que mereça ser chamado de novo.
Mas lembre-se: velhas pessoas não fazem um ano novo,
Então despeça-se do seu Eu velho e tenha um feliz ano novo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

(N)um3ros

Por: Guilherme Ribeiro

Nem todo 10 é Pelé.
Nem todo 1 é sozinho.
Nem todo 3 é plural.
Nem todo 2 é carinho.
Nem todo 1000 é 1000 mesmo.
Nem todo 3 é demais.
Nem todo 7 é perfeito.
Nem todo 1 é igual paz.
Nem todo 8 é infinito,
mesmo que esteja deitado.
Nem todo 0 é vazio.
Nem todo 1 é bem pago.

domingo, 11 de setembro de 2011

Deus, Crianças e lágrimas


Por: Guilherme Ribeiro

Somos tão altivos, compulsivos,
A ponto de duvidar da existência de divindades.
Não sabemos entender quando o não é melhor que o sim,
Quando o fim é melhor.
Somos crianças brincando de gente grande,
Só que com contas na estante pra pagar,
Somos como crianças que se vestem com as roupas dos pais para parecerem sérias
Que passam batom nos lábios para parecer velhas e insensíveis,
Maquiamos a realidade com frases,
Como se ela fosse uma fase, que uma hora vai passar,
Chamamos nossas perdas de mudanças, nossos medos de segurança,
E saímos da vida sem deixar nenhuma lembrança.
Mas as crianças não, elas são tão puras a ponto de chorar,
A ponto de acreditar na mais completa fantasia,
Por isso elas são tão melhores que nós.
Sou defensor fanático da teoria que acabei de criar:
A medida que perdemos a inocência nosso corpo deixa de produzir lágrimas
e começa a produzir mentiras.
Algumas nós guardamos para nós e vivemos sobre ela, como alguns choros engolidos,
e outras nós colocamos pra fora, como as lágrimas que choramos, e essas mentiras
produzem lágrimas, só que em outras pessoas.